Gestão de resíduos hospitalares: Estudo de referenciais de boas práticas, com base na perceção e na avaliação do risco de exposição ocupacional num Hospital Central
Date
2019Affiliation
Universidad de Alcalá. Departamento de Biología de Sistemas; Universidad de Alcalá. Programa de Doctorado en Ciencias de la SaludKeywords
Salud Pública
Salud Profesional
Document type
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Version
info:eu-repo/semantics/acceptedVersion
Rights
Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 Internacional
Access rights
info:eu-repo/semantics/openAccess
Abstract
A natureza, diversidade e perigosidade dos resíduos hospitalares (RH) exige procedimentos específicos na
sua gestão. A necessidade de uma intervenção especifica sobre os RH, é incontornável na sociedade atual,
pelas exigências de Saúde Pública e Ambiental, e obriga a que as instituições de saúde integrem o processo de
gestão de RH no seu plano institucional de gestão estratégica, tendo em conta uma perspetiva sociotécnica e
tendo por base referenciais de boas práticas associados. O presente estudo foi desenvolvido no Centro
Hospitalar de S. João (CHSJ) e teve 3 objetivos: 1) avaliar as práticas de gestão de RH e conhecer a perceção
dos riscos por parte dos profissionais de saúde relativamente aos RH em diversos contextos; 2) avaliar o risco
percecionado e 3) propor referenciais para um guia de implementação de boas práticas com vista à melhoria
contínua. Para a concretização destes objetivos desenhou-se um estudo observacional, descritivo e
correlacional de caráter transversal, utilizando como instrumento de recolha de informação um questionário
(já validado). Foi aplicado a uma amostra de 1800 profissionais da área clínica, dos quais se obteve uma taxa
de resposta de 44%, com 789 inquéritos devidamente validados dos diversos grupos profissionais (auxiliares
de ação médica, enfermeiros e médicos, de 31 serviços da unidade de saúde CHSJ. As categorias profissionais
selecionadas para este estudo foram médicos, enfermeiros e auxiliares de ação médica.
Neste trabalho, avaliaram-se as práticas relativas à gestão de RH, por parte de todas as categorias
profissionais e a perceção de risco dos profissionais relativa aos diferentes grupos de RH e sua gestão, os
resultados mostram que 79% dos profissionais estão em contacto diário com os RH, sendo os enfermeiros a
categoria que tem contacto mais frequente com os RH, seguindo-se os auxiliares e os médicos. Relativamente
às práticas de triagem, o conhecimento relativo ao Grupo I e II é adequado, sendo que os profissionais de
saúde apresentam dúvidas na prática de triagem relativamente aos RH que pertencem ao grupo III e IV, por
exemplo os fármacos rejeitados com uma percentagem de 48,7% de respostas não conformes e as peças
anatómicas não identificáveis com 53,7% de respostas não conformes. Verificou-se que os profissionais que
apresentam conhecimento inadequado, demonstrado pela triagem incorreta dos RH, encontram-se, em
termos de prevalência, sempre ou frequentemente em contacto com a tipologia de RH questionada,
demonstrando assim a necessidade de aquisição de conhecimento especifico.
A perceção de risco dos RH associado à Saúde, é elevada para 43,2% dos profissionais, e muito elevada
para 36,5% dos inquiridos. O Ambiente é o item em que 49,7% dos profissionais consideram existir um risco
muito elevado e 35,6% consideram-no elevado. Relativamente aos outros objetos de risco questionados,
como para a Saúde dos profissionais, doentes e trabalhadores dos serviços de suporte, não existem
diferenças significativas por parte dos profissionais que consideram existir um risco elevado de uma forma
consensual em todos os itens referidos. A menor perceção de risco está associada aos visitantes, para os
quais só 25,7% dos profissionais consideram existir risco elevado. Foram analisados outros contextos de
perceção de risco por parte dos profissionais, relativamente ao tipo de RH e prática de triagem, para a Saúde
e para o Ambiente, e às várias etapas de gestão de RH e em relação ao risco de tratamento/destino final dos
RH de acordo com os dispositivos de acondicionamento, para a Saúde e para o Ambiente. Os dados mostram
que a perceção de grau de risco dos RH e o grau de risco dos mesmos, mais especificamente para a Saúde de
Ambiente, estão correlacionados num sentido direto.
A avaliação do risco percecionado, englobou a análise de um conjunto de itens, nomeadamente a
informação relativa aos acidentes ocorridos e os resultados mostram que 23,2% dos profissionais teve
acidentes com RH. Dentro destes destacam-se os acidentes com materiais corto perfurantes, 44% dos
profissionais inquiridos já tiveram ocorrência de acidentes com este tipo de material. A perceção de riscos
nos diferentes contextos, apresenta diferenças nas três categorias profissionais, no entanto, dentro destas,
não existe diferença desta perceção entre os profissionais, que já sofreram acidentes com RH e os que não
sofreram Apesar de 95,3% dos profissionais reconhecer a pertinência da formação e 55,9% terem participado
em acções de formação, 39,5% não frequentaram qualquer tipo de formação. Dos profissionais que tiveram
formação, 76% referencia que as formações abrangeram os riscos associados à Saúde e Ambiente, mas só
31,9% considera que os conhecimentos dos riscos inerentes aos RH são suficientes.
Tendo por base a avaliação das práticas, perceção do risco e avaliação do risco dos RH definiu-se de um
Guia de Implementação de Boas Práticas tendo por base um conjunto de Referenciais associados à Gestão de
RH em diferentes domínios.
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